davidb

segunda-feira, março 28, 2005

Na roça




clique para ampliar
foto: david casan



Eles haviam voltado do milharal, onde recolheram muitas espigas para a pamonha. Dona Lisilda buscara queijo fresco na casa da comadre Alzira, enquanto seu João dos Couros trazia as espigas para o corte. Seus filhos ja vinham com o leite, o melado e o tacho. Caso sobrasse milho, poderiam até fazem um suco ou farinha, mas curau eles não gostavam muito.

quarta-feira, março 23, 2005

Saudade





clique para ampliar
foto: david casan



- Vovó Léo, eu queria que o tio Bibi ainda morasse aqui no prédio.

- Ah é, Mamá? Por que?

- Porque eu tenho saudades dele...


......................................


Eu que tenho saudades do prédio. das coisas ruins que aconteciam. Do meu pai me enchendo o saco pra ajudá-lo em alguma coisa, do Mamá assistindo desenho no meu quarto enquanto eu queria assistir Discovery, da minha mãe reclamando das coisas jogadas, dos teclados abertos na mesa de jantar, das visitas sem convite que demoravam a ir embora, do portão da garagem que está em constante manutenção, na Juliana reclamando da tv ligada enquanto queria dormir.

Saudades também das coisas boas. Do cheiro da minha mãezinha, do colo dela. Do cabelo dela. Eu choro de saudade. Saudade do meu pai. Do quanto amo meu pai e nunca tive coragem de dize-lo. Aqui vai. Pai eu te amo! Muito. Amo suas chatices, seu empenho e sua perseverança e coragem pra enfrentar a vida que não lhe foi nada fácil. Amo sua falta de coragem de nos dizer o quanto gosta de nós. Não precisa dizer, realmente. E só quando a gente cresce e amadurece é que percebe isso.

Eu choro por isso. Choro por tudo de bom e ruim que passei na minha vida com minha família nesse prédio. Tudo que aprendi e me tormou o que sou hoje.

O prédio não é lá essas coisas, mas é tudo que conheço e lembro da minha infância. As pessoas mais magnificas que conheci, foram nesse prédio, nessa família.

Como sou grato.