davidb

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Um diário são lágrimas.

Ele lia um romance e ela um diário.
Ele cansado e de ombros curvados pra dentro, bracos compridos, magros e fortes. As veias em relevo alto deixam a pele fina manchada pelos anos. Camisa dobrada nas mangas longas. Chegavam ao meio dos ante-braços. Sua poltrona e ele nasceram no mesmo ano. Ela relia sua vida aos modestos sorrisos escondidos dentro de duas bochechas morenas que pareciam-se com um saco de pão amassado. Ela revia sua vida breve e se colocava em posição de perder-se no tempo.
É o que se faz com uma lembrança.
Por alguns instantes, sequenciados ou não, nos perdemos. Nos vimos em terceira pessoa como se fossemos um espectador de nossas vidas, viajando pela decorrencia do que já nos foi possível supondo fazer parte daquilo novamente. Mas sempre de fora. E esse estado trazendo as lagrimas dos corregos encharcados dos olhos lhe põe de volta onde estava. Ou que acreditava estar antes.
Isso desperta a curiosidade dele. Pergunta se a emoção lhe trouxe lágrimas de felicidade ou tristeza. Ela simplesmente disse que eram lágrimas, apenas. Que não importava a origem delas, mas a possibilidade de experimentá-las não necessita de escolha. Lágrimas só servem pra nos dizer que estivemos lá.

Ele também quis chorar, mas não tinha um diário.

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Jesus Cristo de pau duro.

Imagina Jesus acordando de pau duro.
Imagina o seu manto sobresalente.
De pau duro.
Será que Jesus também acordava de pau duro?
Ou seu pinto não sofria relaxamento muscular durante o sono?
Será que sua mãe o via de pau duro?
E Deux?
Deux via Jesus de pau duro?
Bom... alguém viu.
Ou Jesus não tinha pinto.

sábado, janeiro 01, 2005

Ano novo de cu é rola.

Meu
ano
novo
começou
dia
18
de
dezembro
de
2004,
porra!
Casa,
nova.
Vida,
nova,
Contas,
novas,
Tudo?
Novo.
Mas
a
novidade
é
relativa.
Novidade
é
coisa
velha.