davidb

quarta-feira, março 23, 2005

Saudade





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foto: david casan



- Vovó Léo, eu queria que o tio Bibi ainda morasse aqui no prédio.

- Ah é, Mamá? Por que?

- Porque eu tenho saudades dele...


......................................


Eu que tenho saudades do prédio. das coisas ruins que aconteciam. Do meu pai me enchendo o saco pra ajudá-lo em alguma coisa, do Mamá assistindo desenho no meu quarto enquanto eu queria assistir Discovery, da minha mãe reclamando das coisas jogadas, dos teclados abertos na mesa de jantar, das visitas sem convite que demoravam a ir embora, do portão da garagem que está em constante manutenção, na Juliana reclamando da tv ligada enquanto queria dormir.

Saudades também das coisas boas. Do cheiro da minha mãezinha, do colo dela. Do cabelo dela. Eu choro de saudade. Saudade do meu pai. Do quanto amo meu pai e nunca tive coragem de dize-lo. Aqui vai. Pai eu te amo! Muito. Amo suas chatices, seu empenho e sua perseverança e coragem pra enfrentar a vida que não lhe foi nada fácil. Amo sua falta de coragem de nos dizer o quanto gosta de nós. Não precisa dizer, realmente. E só quando a gente cresce e amadurece é que percebe isso.

Eu choro por isso. Choro por tudo de bom e ruim que passei na minha vida com minha família nesse prédio. Tudo que aprendi e me tormou o que sou hoje.

O prédio não é lá essas coisas, mas é tudo que conheço e lembro da minha infância. As pessoas mais magnificas que conheci, foram nesse prédio, nessa família.

Como sou grato.

12 Comments:

Blogger Mandy said...

Nem preciso dizer q chorei qdo li, ne? Saudade é o sentimento mais inexplicável e mais triste. Mas sua saudade é recuperável, o prédio ainda está la', e as pessoas tb. Pertinho de vc. Não deixe nunca de ir lá, matar esta saudade...
A pior saudade é aquela irrecuperável, de alguém q já morreu....

1:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

Porra David!!! Que texto du caralho!! Fiquei arrepiado com tamanha sinceridade e sentimento na sua declaração!! O que me deixa mais arrepiado que esta sua explosão de saudades e sentimentos se fez brotar, ou explodir pela declaração de saudades que o Mateus fez pra você. Fico feliz e emocionado pelas suas palavras. Bom o endereço acho que vc já conhece, então aparece mais vezes por lá, ou por aqui! Vamos tomar umas Loiras Geladas umas branquinhas, umas bronzeadinhas, o que tiver aqui nóis traça!!!
Um abraço!!

1:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bom cara eu fiquei meio de cara e sem palavras qdo li tudo isso... Não me canso em elogiar e lembrar como a sua família é especial pra mim. Tenho aquele prédio como um lugar meio mágico...NÃO é EXAGERO!!! Vou explicar pq, tipo... lá eu conheci e convivi com as pessoas mais especiais que eu tenho a minha volta, são tantas MARAVILHOSAS lembranças que tenho de lá e também pelo fato de Lá naquele prédio eu ter aprendido a ser um cara mais humilde que aprendeu a se divertir apenas com poucas pessoas e algumas latas de cerveja (mesmo eu nunca bebendo) aprendi de verdade que isso é o que importa... não precisávamos ter nada lá... só nós mesmos...!!! Sério... aquele prédio e todos vcs me fizeram ver a vida de outro jeito.. por isso sou tão grato qto ao fato de vcs deixarem eu viver Tudo Isso!!! Valeu cara!!!!
Glauber Magalhães

2:24 PM  
Blogger Mandy said...

posso dizer mais uma coisa? esta familia é a familia mais especial q ja conheci, juro q eu nao esperava nunca gostar tanto da familia do namorado. a primeira vez q fui naquele predio, a primeira vez q conehci td mundo, foi meio magico. td mundo me olhando e eu pensando: demais! me sinto em casa!
como foram boas as noites q dormi la, as conversas com a ju, a tv no quarto, a bagunça das crianças, a dona leo tao especial...
q bom q vcs existem!! q bom q por tras do meu amado david existem pessoas tao maravilhosas....
preparem a mesa, q domingo de pascoa vamos almoçar ai!!!!

2:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

Cacete Bibi, me emocionei de verdade com suas palavras, e isso porque falou de pessoas, coisas e lugares que tb fazem parte(e boa parte) da minha vida. Aquele predio, caso falasse, teria historias inacreditaveis pra contar. Historias de grandes amizades, de felicidades gratuitas, de amor, de simplicidade. Lá discuti assuntos de gente grande, brinquei de cabra-cega, "brincadeira da água", finge que era cantora e atriz, passei mais da metade de todos os Natais da minha vida. Lá.... vejo meus cunhados crescerem, meus filhos, meus sobrinhos e com toda certeza, cresco a cada dia. Amo aquele lugar e todas as pessoas que lá moram, moraram ou, pelo menos, se "hospedaram".

Te amo Bibi.

3:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bibi, só pra completar..... a Anonymous ai em cima, sou eu....

Beijos.
Simone.

3:35 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu tenho que salientar que a atmosfera que vibra em torno dessas pessoas cria um campo magnetico poderoso que atrai outros corpos oriundos dos confins deste universo, e que so tendem a agregar e completar os valores ja inestimaveis existentes nas gravidades individuas.

4:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

Meu!! Sem palavras pra descrever as suas!!! Precisamos matar essa saudade!!! Lembra das festas todo fim-de-semana até 5 da manhã? Do amontoado de gente dormindo na sala? Das nossas superproduções? Da escolinha? Dos campeonatos de tudo? Das viradas de noite no videogame? Das viagens pra Jundiaí (Isso só vc e o Leo vão entender)? Das discussões infindáveis? Das apostas de "o que vc quiser"? Muitas lembranças!!! Muita Saudade!!! Precisamos nos reunir de novo!!! Fazer um campeonatinho de qualquer coisa!!! Como a gente sempre fez!!! Um abraço, Meu Amigo!!!

6:06 PM  
Anonymous Anônimo said...

É Davizinho

Esse prédio faz parte de todos nós, com alguns detalhes que você citou .. com outros que guardamos pra nós mesmos o fato é que hoje se eu for a Sampa e não hover uma festa no 52 com esses amigos a viagem está incompleta.

6:47 PM  
Anonymous Anônimo said...

David, isso que vc sente é muito louco. Quando li o texto lembrei dos 20 anos que vivi no condomínio que hoje mora minha mãe. Nossa quanta saudade. Apesar de estar lá direto, é um tempo que não volta mais. Muito lindo! Bjs

10:08 AM  
Blogger Caroline de Febbo said...

Como eu não poderia, também, ser grata a esta família?
Fizeram vc!
Haja coração...

3:34 PM  
Anonymous Anônimo said...

Como a fruta verde que se embala no jornal e guardamos na estufa, para que amadureça com maior rapidez, acredito que quando saiu de casa já foi embalado no jornal e agora nos mostra essa cara madurinha...de papaya docinho...É mágico como além de sentir falta da família, passamos a amar até suas imperfeições, pequenos detalhes que nos fizeram com o tempo firmar nossa personalidade.
Não achei bonitinho o texto, achei divino... Paty

2:11 PM  

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