davidb

segunda-feira, julho 05, 2004

Atos de fé

As novas idéias são idéias velhas. No decorrer dos dias, cada fração de segundo vira um novo pensamento. Em cada cor, cheiro, gosto, textura e som, uma nova experiência. Uma aglomeração de informações instantaneamente subdivididas em categorias. Uma maçã. Você a vê, reconhece a fruta, lembra o gosto e todas outras características primárias ou secundárias (Locke). Cada pessoa, inevitavelmente terá uma nocão parecida da maçã, mas ninguém a verá igualmente.
A limitação do homem começa nos seus sentidos que, além de serem limitados em sua amplitude, limitam também em observar e absorver informações do todo, sem que nem saibamos quais sejam. Os "atos de fé" (orações, meditações, drogas). Ao longo da história, cada um utilizou à sua maneira uma forma particular de conversar com Deus, ou como chamo, uma ampliação racional inatingível em sã consciência. Nesse grau de entendimento paralelo ocasionado pela força dos "atos de fé", as noções de espaço e tempo são distorcidas. As motivações individuais são genericamente diferenciadas. A linha de raciocínio, as atitudes, as conclusões. As questões individuais partidas da "idéia original". O empirismo inglês como estrutura. A princípio, se um homem tem a idéia de si mesmo como ponto de partida tangente para o julgamento de algo, secundariamente este juri é tendencioso, já que as limitações inerentes à nossa razão e sentidos influenciarão direta e totalmente no processo. Essa fuga biológica do estado psicológico estimulada por agentes externos no organismo, os "atos de fé", produzem no homem uma negociação direta entre o universo e o desconhecido, em virtude de um estímulo químico, psicosomático ou não. Esse estímulo propcia a abertura racional estrita entre a entidade-ser e o universo. A percepção se volta à procura de sensações inéditas. A busca de fé faz do homem-entidade-ser a conexão mais rápida entre a organização dos seus sentidos e razão, com as possibilidades intangíveis. É possível dizer também que essas modificações sensoriais não passam de distorções, porém, distorção ou não, a única coisa que se pode afirmar é que, por alguma razão, a maneira como as coisas fluem se modifica naquele intervalo específico de tempo. E essa esperiência é infinita. O espaço de tempo em que a razão do homem se modificou sempre existirá. Essa idéia nova da realidade concebida passa a fazer parte do universo, e esse empirismo cria meios de que a atingibilidade seja cada vez mais suscinta.

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